Quem é Maíra Camata

Maíra Camata, 36 anos, é nutricionista com especialização em nutrição estética. Além de contribuir na melhoria da qualidade de vida de seus pacientes, colabora com o desenvolvimento pessoal de quem tem conhecimento de sua história, regada de muita superação e perseverança após sofrer um grave acidente automobilístico.

Era agosto de 2012. Maíra tinha acabado de se formar em Nutrição e ao mesmo tempo fazia, desde os 14 anos, alguns trabalhos no mundo da moda. Alta e magra desde pequena, conseguia complementar a renda, ainda escassa para uma jovem em início de carreira. Chegou a conquistar o título de 1ª princesa (2ª colocada no geral) no concurso de Miss da cidade de Bragança Paulista, onde reside.

No dia 28 daquele mês, Maíra retornava de Pinhalzinho, cidade próxima a Bragança Paulista, onde atuava no Asilo e na APAE, quando sofreu o acidente na Rodovia Capitão Barduíno, que liga as duas cidades.

Com um TCE (Traumatismo Crânioencefálico), por aceleração, causando Lesão Axonal Difusa com Glasgow 3 – com essa escala se avalia o nível de consciência, na qual 3 é o nível mais baixo – os médicos davam poucas esperanças de vida à sua família.

Maíra ficou em coma induzido passando depois a coma vígil (alteração de consciência mas que não responde a estímulos) e acordou somente 4 meses depois, com apenas 38 Kg e cabelos cortados em função de diversas cirurgias na cabeça. Não conseguia falar, andar e nem se mexer. Em função de muitas batidas na cabeça, teve o cerebelo lesado. Isso causou os seguintes distúrbios: ataxia, disartria e disfagia, comprometendo o equilíbrio, a coordenação motora, com a fala arrastada e dificuldade em engolir alimentos sólidos e líquidos.

Depois que tomou consciência, foi para São Paulo, a partir de janeiro de 2013, realizar tratamento na Rede Lucy Montoro, um instituto destinado somente à reabilitação de pacientes.

Usava cadeira de rodas, pois além de não se aguentar de pé, continuava magra demais, sem forças para andar. Mesmo numa situação muito difícil, Maíra pôde ver que havia pessoas numa condição ainda pior, sem membros ou com lesões irreparáveis. Foi dali que começou a criar forças para sair da cadeira de rodas e se recuperar.

Atualmente, ainda possui pequenas sequelas motoras, mas em nenhum momento teve o raciocínio afetado. Aprendeu a lidar com o preconceito e a ignorância de algumas pessoas e teve resiliência, em plena juventude, para superar diversos obstáculos que incluíam, por longos períodos, sessões de fisioterapia, hidroginástica, jogos adaptados, fonoaudiologia para disfagia, disartria, terapias com psicóloga, terapia ocupacional, musicoterapia, entre outras tantas atividades.

Com apoio incondicional da família e amigos, antigos e novos, mas também superando a dor de pessoas que se afastaram, conseguiu aos poucos retomar sua vida. Continuou seus estudos e seu trabalho como nutricionista.

Hoje, procura inspirar outras pessoas porque, independente de religião ou crença, nada é impossível para quem tem fé, otimismo e propósito na vida.